Há alguma razão no que o pai do Carlos me contou - e que o dito filme relatava. Os hidratos de carbono, que constituem a parte principal da alimentação das crianças, começam a ser digeridos pela saliva, na boca, com a mastigação. Algumas crianças produzem menos saliva e, sobretudo, têm mais dificuldade em mastigar, muitas vezes por causa da falta de dentes, mas também por terem menos força muscular. Outras vezes engolem os alimentos, tipo «aspirador», não chegando a misturá-los com as enzimas das secreções salivares.
Assim, os hidratos de carbono, quando chegam ao intestino, estão numa fase ainda precoce de digestão, sendo um alvo preferencial das bactérias, que os desdobram e produzem gases - um pouco como acontece com as leguminosas (feijão, ervilhas, etc.) que são comidas com casca. E produzindo-se mais gases, eles têm de sair.
Finalmente, o pior controlo dos esfíncteres, pelas crianças, e a falta de hábito e preguiça de irem à casa de banho fazem com que a criança tenha mais dificuldade em conseguir reter os gases, soltando-os «a granel».
Além disso, a censura social não é tão grande como em relação aos adultos, de forma que a pressão para limitar esse comportamento não é também muito intensa.
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